Angola produz 6,5 mil toneladas de café por ano

Angola produz 6,5 mil toneladas de café por ano

Um total de 6.500 toneladas de café é produzido anualmente, a nível do país, revelou neste sábado, no município de Calandula, província de Malanje, o secretário de Estado da Agricultura e Florestas, Castro Camarada.

Durante a abertura oficial da Campanha Nacional de Colheita de Café, que teve lugar no Bairro Tanque, onde estão cultivados oito hectares, o governante disse que 17 mil famílias produtoras estão envolvidas no cultivo do café, das quais 97% são pequenas propriedades familiares, que cobrem cerca de 36 mil hectares de terras.

“O lançamento da Campanha Nacional da Colheita do Café traduz o empenho e a prioridade que o Executivo coloca na cultura do café, pois como sabemos a nossa história agrária também está ligada a este produto, que já foi muito importante para o país, e com uma grande dimensão a nível mundial, daí haver razões de voltar aos tempos áureos desta cultura no país, dada a importância socioeconómica que a mesma pode jogar na vida dos angolanos”, apontou.

O secretário de Estado da Agricultura e Florestas sublinhou que a nível da cadeia de produção do café existem muitas oportunidades para intervir, desde os empresários às famílias.

Como exemplo, apontou a produção, processo de distribuição de insumos, equipamentos, comercialização, processamento e produção de mudas com rigor e com capacidade produtiva.

O governante disse existirem igualmente oportunidades na cadeia de valor, principalmente no segmento da moagem e torrefacção.

Castro Camarada frisou que a cadeia de valor do café oferece aos jovens várias oportunidades de negócio, daí que o sector tenha constituído um desafio a abraçar para a obtenção de um maior rendimento, criação de mais empregos e combater a fome e a pobreza no seio das famílias.

Investimentos assegurados

Segundo fez saber Castro Camarada, o Instituto Nacional do Café (INCA) distribuiu no ano passado, um total de 5 milhões de mudas aos produtores.

O mercado tem, instrumentos financeiros através do fundo do INCA e do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA).

Aos bancos, o governante pede mais flexibilidade por se tratar de uma cultura perene, em que os períodos de carência devem ser maiores e dar possibilidades para aqueles que têm vontade de cultivar o café poderem beneficiar de algum apoio para elevar os seus níveis de produção.

“Ilustres cafeicultores, a escolha deste município para a abertura deste evento tem a ver com o papel da província de Malanje no aumento da produção de café”, disse.

Para Castro Camarada, a província de Malanje começa a ter destaque na produção e aumento das áreas de cultivo de café, a par do Uíge, incentivando os jovens a apostarem no cultivo do café, porquanto gera dinheiro e há toda a possibilidade de olhar para esta cultura como uma possibilidade de um bom negócio.

“Vamos trabalhar para que todo o café seja colhido e superar os níveis do café produzido no ano passado, tendo em conta a regularidade das chuvas e que haja melhores produções”, rematou.

Mais produção

O vice-governador provincial de Malanje para o Sector Político, Económico e Social, Franco Mufinda, informou que Malanje controla 530 produtores de café, dos quais 340 efectivos. Neste leque, um total de 267 são do município de Calandula.

Quanto à produção, frisou, estima-se uma colheita de 33 toneladas a nível da província, dos quais 21 produzidas em Calandula.

O governante reiterou ao Ministério de tutela a necessidade de apoio aos produtores, com o fito de aumentar os factores de produção, a formação e sobretudo a assistência técnica.

Franco Mufinda disse ser importante que se legalizem os campos de cultivo de café pelos produtores para facilitar o acesso ao financiamento bancário, uma tarefa que envolve o Governo Provincial e as administrações municipais no acompanhamento dos agricultores para a conclusão dos documentos em falta.

Sobre a formação, 130 produtores de café do município de Calandula terminaram uma acção formativa desenvolvida pelo Instituto Nacional do Café, tendo os formandos beneficiado de diplomas de mérito e inputs agrícolas durante a cerimónia de abertura da campanha.

Fonte: Jornal de Angola.

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